quarta-feira, 10 de novembro de 2010

The wizard

E cá estou eu.

Prometi a mim mesmo voltar a escrever por essas bandas quando, finalmente, não me questionasse superficialmente sobre as questões que se “apoderam” na grande cidade de São Paulo.
Escreveria sobre questões intuitivas.
E foi justamente, devido ao afastamento, que nada mais foi escrito ou balbuciado. A intuição não esteve comigo por muito tempo, por assim dizer, por confundi-la aos anseios do medo e da falta de coesão da razão envolta.

Prometo ser breve e conciso.

Diariamente acordava, sobre a claridade da janela da sala (sim, meu quarto temporário ainda é a sala do apartamento) e mentalizava a seguinte frase:
“Hoje será um grande dia e diferente de todos os outros”
E assim, dia após dia, nada ia acontecendo. Pela primeira vez, na minha recente e breve vida, nada aconteceu. E deu tudo errado exatamente do jeito que teria que dar.
“Eu fui um erro. E assim continuo como estou”
E para me privar do distanciamento externo, procurei andar. Caminhar sem rumo.
Não, isto não é uma metáfora. Ou sentindo figurado.

Já que nada acontecia na “vidinha” paulistana, me dei ao “luxo” de entrar em qualquer transporte público e, diariamente, escolhia um ponto “X” da cidade para visitar.
Se nada acontecia e a fada azul não aparecia, fiz, então, acontecer.

Depois de três longos meses de espera por algo acontecer, saí do prólogo.
Entrei no meu novo primeiro capítulo.
Faltam umas três casas noturnas pra dançar. Uns três centros históricos/culturais para visitar. Umas três novas pessoas desconhecidas para conhecer. Umas três viagens de carona para fazer. Umas três regiões para desembocar. Umas três semanas para encontrar meu novo canto e, por fim, mais uns três dias de insônia. E pronto.

Eu não ando mais perdido, nem definhando com o “túnel escuro” que me encontrava.
The wizard comes... right now.

Apesar da impressão fria que São Paulo passa dia-a-dia, ainda sei que é aqui que tudo acontece. Acontece para o percurso mudar.
Algumas coisas não voltarão mais. Londrina se foi. Os amigos já estão longe. Os almoços nas tardes frescas, com beibe, se esvaíram... e a realidade agora é meio feita de pedra e cimento.
Deixei o mundo das fadas um pouco de lado. Quiçá a magia das palavras estão guardadas para outras oportunidades. Outros mundos. Quando, estes, chegarem.

Chega de prólogo.

Agora, chegou o primeiro capítulo.

(PS: The wizard comes...)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Goodnight... another bad morning.

Há dias estou para escrever neste canto.
Formulava noites e noites em meia luz (não me contive, tive que trazer o abajur) como expor em palavras exatamente cada milímetro cúbico de todas as sensações sentidas nestes exatos 7 dias.

7 dias.

(E parece que eu cheguei ontem mesmo na grande selva de pedra ...)
Pensei relativamente nas palavras mais bucólicas, melâncólicas, melodramáticas, trágicas e de difícil acesso expontâneo da mente humana para expor os devidos e reais fatos que andam ocorrendo aqui entre a praça Roosevelt, praça da República e o Copam.
Mas, assim que abri a janela hoje, me deparei com um sol aconchegante... e com mensagens eternas via celular/e-mail/sinais de fumaça dos meus amigos/irmãos. Hoje é definitivamente o primeiro dia em que me sinto mais querido (como se não fosse...!) e que eu posso sentir um sorriso no rosto. Sem milongas... sem novela mexicana.

Ganhei uma nova amiga. Melhor... talvez eu tenha me tornado seu fiel escudeiro. Mas fiel escudeiro das noites lubridiadas. Fiel escudeiro das inconsequências. Para não dizer: para não se fazer pequenas "burrices".
Durante muitas noites a Nathalia tem sido minha única companhia. De toda São Paulo.
(Arredondando) 12 milhões de habitantes. E ela parece ser 20 milhões em 1.
Ontem (11 de agosto) foi o primeiro dia por essas bandas de cá que passei o dia todo sem sorrir, sem falar, trancafiado dentro do quarto (dela), mandando cv's eternos e assistindo qualquer baboseira na TV para ver se os ponteiros andavam. E nada.
Sei que o fator tempo-não-passa se deu justamente por isso. A falta de um sorriso no rosto.
Uma pessoa expôntanea como sou, que "exala" a alegria radiante, ontem estava fria, espessa, mal humarada e sem gana. E assim permaneci no quarto, sem comer, sem contatos de terceiro grau, primeiro ou sei lá o que (sem primeiridades, segundidades ou terceiridades). Eu parecia um frio e gélido satélite distante, no sistema solar...
...tipo a lua Caronte, de Plutão.
A última vez que me senti assim foi há mais de 4 anos atrás... recém chegado na nova cidade.

(e meu celular não pára de tocar... quantas pausas!).

Estou esperando agora o mensageiro sobre um cavalo... trazendo as notícias do Sol.
Como no sonho... ainda estou "enfiado" dentro da casa esperando a chuva passar. Mas sei que aqui dentro tenho proteção. Entendido agora o sonho do mês atrás com um tsunami vindo e eu pegando um elevador para escapar... escapei...

Já conheci pessoas... gente de Portugal inclusive... assim... como eu... procurando moradia.
12:12
Pablo Neruda vem me visitar (como sempre... leio escondido) toda noite. E por vezes sou interrompido com os gritos das Travestis (elas são ótimas... as observo toda noite... adoro comportamentalismo).

Policiais, pássaros, carros, latarias, carteiro, ônibus, metrôs, prédios, pressas, pessoas angustiadas, risadas, travestis, cláudia (a diarista... indico), roommates (que não falam comigo), vícios, janelas, massas, piscadelas, olhares, alarmes, atropelamentos, confusão, nathália... tudo em sua devida "harmonia".
É... sempre foi aqui que quis viver... e cá estou. E tudo finalmente começa a ganhar forma... 7 dias e começa a fazer sentido.

Mas ainda estou na situação lâmpada sentada no canyon olhando para uma estrela.
Eu sem você.
Há coisas que não dá para negar ou simplesmente esconder de si mesmo. Elas estão ali porque fizeram (e ainda fazem) parte da sua vida. Saudade é uma delas. (Tanta coisa pra dizer...)
Agora que resolvi colocar o telefone no gancho (já que estava na onomatopéia do "tuu tuu tuu tuu"), ele começou a tocar...
Aniversário chegando...

É... nada como o tempo. Modificando sua tragetória desde 4 bilhões de anos A.C.
Como a Nath mesmo já dizia: Go figure...

E o universo conspira...
A meu favor.




(PS: I've seen the truth and it's nothing like you said at all... I've seen the picture of a perfect world, now you can touch the air around my cover. So many questions, so many things unsaid...)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Human Behavior.

De repente, depois da imensidão do mar tranquilo, acordei durante uma certa manhã.
Debaixo de um sol forte, ao som de baterias vindas do alto de uma montanha, vinha caminhando uma mulher islandesa em minha direção, com roupas coloridas, que, aos poucos, me parecia estar irada (mas meu corpo ainda era tomado pelo sono, não vendo ao certo se isso era fato)...
Puxando meu cobertor, arrastando-me pela costa as forças, ela cantarolava de forma galhofeira:

This is an alarm-call
So wake-up, wake-up now
Today has never happened
And it doesnt frighten you

It doesn't scare you at all

E assim, depois de um susto, me dei conta de onde estava e o que tudo estava por vir.
Ela então parou de me arrastar e sorriu, me dando um "peteleco" na cabeça! Abusada!
Deu um belo bramido de alerta e saiu pela mata adentro (com leões e um grande pavão, louco), cantando aquele refrão que não sairia, dali em diante, mais da minha cabeça.

Quando me levantei, tirei a areia do corpo e fiquei ali fito, por alguns minutos pensando: "O que aconteceu? E como vim parar aqui?"
Alguns minutos depois, decidi segui-la pela mata adentro, procurando por aquilo que "previa", pois sabia que já tinha visto essa mulher em algum lugar.

"Filha da puta! E nem me esperou".
Mas seguia sua voz.

Assim, começava ali a primeira parte de toda nova descoberta.
E o refrão não sairia mesmo mais da minha cabeça.


Mais alguns dias sem bússola... mas com o mapa em mãos.



(PS: it's, oh, so quiet, it's, oh, so still, you're all alone and so peaceful until...)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Countin' down.

E nem é por falta de assunto que Benjamin sumiu.

Nem é pelo fato de ter perdido "aquele Deus", fiquei aqui escrevendo ao marasmo.
Se ausentam pelo simples fato de pensarem sobre eles mesmos.

Aos poucos, no porto, eles voltarão.



Até a próxima cidade nova.
Agosto os espera.


("E assim, antes da pós lua cheia, eles procrastinam").

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Entre os vãos das gavetas.

Fountainebleaut, 18 de setembro de 1885.


Pequena menina,

Escrevo-te sob a pena da noite que me insere a tua saudade. Rogo-te a praga que me foi dada a te sucumbir diante aos meus olhos, que anteriormente julgara fraterno. Escrevo-te sob a ira de pessoas que interrompem o deleitar do som que minhas palavras jaz em chão frio. Aos trapos.

Ainda guardo-te numa banheira enodoada. Velo teu corpo dos nômades de minha casa e admiro teu sorriso que ainda reluz em tua face.

Fish portou o corpo da pequena menina, arrastando-a pelos corredores em seu apartamento, localizado numa região distante do centro da nova cidade. Tomara o cuidado em não deixar rastros pelo chão ou qualquer evidencia assim possível. E, vagarosamente, com a calma que lhe tomava o corpo, depositou o cadáver no banheiro que era próximo a seu quarto.

Susan, ainda com os olhos marejados pelo temor, nada reclamou. Ciente do ocorrido, permaneceu quieta para evitar as palmadas que tanto lhe afligia. Fish se quer balbuciou alguma palavra. Apenas a fitou de tal modo que a manteria calada por mais tantos anos.

Assim, com o passar do tempo, Fish não se importou com o odor que banhava a casa. Parecia, sim, o cheiro putrefato, lhe agradar.

Olho-te de soslaio.

Sinto teu aroma como se não houvesse nunca os dias passados. Meu amor por ti procrastinará por mais alguns dias, antes que tua pele se esfacele.

Banhei-te por mais de sete dias. Acariciei-te. E não deixei de te beijar uma noite. Ah! Como tua boca é doce. Como tua boca, pequena menina, continua ávida.

Não haverá sentimento maior por aí. Tu és mais uma a me tirar o sono. Haverão outras perdidas em qualquer relva para tomar teu lugar.

Amanhã, antes que o sol acorde, levar-te-ei a um passeio. Através de um pequeno riacho que corre calmamente perto daqui. Não há mais motivos para te amparar. A carne não suporta mais ao tempo e estás em pedaços, serena, em teu deleite.

Rezarei por ti esta noite.

Fétido, Fish deitou-se ao lado de sua mulher, atordoado. Sem muitos planos.

Susan seguiu chorando moderadamente noite adentro.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Susan D. F.

Benjamin M. Fish se casara numa tarde assoalhada de 1879, sob roupas manifestas de chacota da pequena cidade de Alpaugh, CA. Escolheste a mais das inócuas mulheres que morava aos arredores do parecer vilarejo, para então poder blefar diante da singela multidão ali presente.
Susan D’Acolle trajava um vestido pouco favorecido a beleza modesta que aparentava.
Fish não era adepto as lorotas da Igreja, mas assim seguiu o tal ritual para poder concretizar um “sim” solene e mesquinho, como assim o julgara, em mercê ao seu ceticismo súpero.
Ao menos, finalmente Fish teria, em seu domínio, um rabo bem comido em suas noites de fadiga.
Estúpido fadário!
Mal beijou a noiva e pouco olhara ao seu arredor. Sucumbia aos sorrisos sobrepostos alheios e, em passos apressados, deixava a Igreja ansiando pela cama e pelo sossego que sua casa lhe suscitava.
Não fornicava há dias. E o acanhamento da esposa lhe dava nos nervos!

Chegamos ao quarto, ainda com a grosseira idéia dos ares romanescos. Com o sorriso bismuto amarelo, ela se aproximou do meu rosto e vagarosamente encostou seus lábios aos meus. Sentou-se em meu colo e senti o calor que partia de suas coxas e subia até o rabo.
Simpático, enfiei os dedos entre suas pernas. Ela nem se quer reclamou, apesar do desconforto memorável em seu olhar.
Vadia.
Mereceu três tapas no rosto. Mas juro, não a violei. Procurei me entreter de outras maneiras, como qualquer outro casal faria. E não compreendia porque ela continuava a chorar, mesmo com meus lábios se embebendo da sua, nem tão doce, vulva. Tudo muito seco e demasiado parco.
Pelo jeito que se sucedeu esta primeira noite, ainda não sei contabilizar quantos tapas mais serão merecidos para poder, finalmente, lhe comer a parte de trás.

Os Fish compareceram ao almoço em família no dia seguinte. Benjamin seguiu com seus sorrisos mentirosos. Susan permaneceu quieta e plácida nas horas seguintes, escondendo-se por detrás da maquiagem desairosa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ploszaj escreve a Fish. Em resposta a Natalia.

Com os olhos semicerrados, ainda tomado pelo sono que me restava no final daquela manhã, me dei conta do envelope rente à porta. Calmamente, abri.

Fountainebleaut, 25 de dezembro de 1884.


Tresmalhado Fish,

Em resposta a sua carta, assim o fiz.
Li em desprestígio ao mesmo lusco-fusco que escrevestes. Mas, desafortunadamente, eu ando meio desarrazoado e disléxico. Sem tardança, minha apreciação não poderias ser tomada de medida. Sabendo disso, a coesão diante à história me fugiu, pois ando mais matemático que nunca - e um tanto fastidioso com minha inevitável singeleza.
Meu ego à parte, gostei de algumas figuras, como "folhear qualquer coisa enquanto via o sangue saindo de ti" - embora tenha entendido isto como alegoria para "via você falar amenidades". Livrando-me do conhecimento sobre o autor, ficou ainda melhor. (!) Ah, não adianta.
O ego vem comigo. Maldito.
O ponto bom é que seu texto me recordou quão ruim eu sou. Não só pelo contexto em que me confronto com ele, o mesmo também me belisca. Chama-me de covarde, incapaz de matar por meus interesses. Amebas não são contemporâneas, nem em formigueiro.
Maldito! Odeio-te, e tudo que lhe associo. Mas merda, tais muito bem - em “sinergiazinha” com o mundo. Invejo-te daqui, do fosso da geekisse.
E não me venha com filantropia, resgate é coisa do medievalismo.

Por fim, lamento que eu não possa ter contribuído para exacerbar sua recepção de autoridade, porém tenho certeza que acharás bons interlocutores nesse caminho percorrido. Sou obsoleto não somente por depreender vagamente a exposição de causas do jantar e, ainda assim, ser mais adepto de comida congelada. Mas, não obstante, por não compreender a motivação da pequena menina. Também porque não temos uma maldita máquina no texto e eu não consigo presumir uma vida destarte. Argh! Odeio-te.
(Sabes ler esses "Odeio-te" e "Malditos", sim? Ele deve soar lisonjeiro).

Alegra-me que o meu egocentrismo tenha se ausentado, nem que se fosse por poucos pontos e parágrafos. Presumo que este não lhe atrapalhe como faz a pessoa que vos fala.
O meu ego foi somente o que lhe devolvi quando rogou para que eu agisse mutuamente com sua expressão. Não deixe as lisonjas atenuar o fato de que pela minha loucura não pude apreciar objetivamente, e que minha réplica não agrega nada a sua tentativa de interagir com o mundo. As lisonjas nem o “estilismo”.
Eu só falo assim porque é divertido.

Agora vou ao almoço, alimentar o id. Buenas tardes e boa sorte com suas (im)expressões.
Invejo-te novamente.
"Arrevuá".

Albert Ploszaj


Estupefato, coloquei o papel sobre o criado-mudo. No mesmo instante, inventei alguma coragem e fui dar uma volta no parque, aproveitando que o sol ainda pungia sobre o céu quase cinzento. A primavera padecia sobre o inverno. Demorado.
Ploszaj nunca mais aparecera nos arredores.
Vez em quando ainda me pego pensando nele.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Carta à amada Natalia.

Steamer Tacoma, 22 de março de 1884.

Doce menina. Somente tu sabes o quanto me fazes falta nas noites insistentes dessa cidade nada serena.
Dói ao relembrar aquela noite de verão em que antes se fez lusco-fusco e fomos, aos passos, em direção àquela casa de lajes brancas, petiscos infortúnios e beijos insípidos que jamais experimentarei. Não me esqueço de como aquele intrujão lhe invadia. Nunca pude conter-me. Estaria em seu lugar com a absoluta certeza.
Contentei-me em folhear qualquer coisa enquanto via o sangue saindo de ti.
Não posso comparar a textura de uma carne suína a sua. Não é tão doce suficiente.

Em uma quinta-feira de 1879, fui chamado para levar-te a um passeio de bom grado em uma casa, inventada, de uma amiga; sob o pretexto de estar ao seu lado. Tu disseste que sim, que poderias me acompanhar.
Levei um pote de queijo com morangos e nos sentamos à grama, perto de uma casa vazia, como o nome fictício de Westchester, que, por algum ponto de vista, parecia-me abandonada.
Lanchamos.
Aos poucos, avistando tantas árvores, sentou em meu colo e beijou-me. Pois então, decidi-me a comê-la.
A coloquei de lado, sob as flores frescas daquele campo e pedi para esperar enquanto adentraria aquela casa abandonada, a te esperar. Despi-me. E quando me senti pronto, chamei-lhe com um sorriso alvo pela janela, que viesse até meus abraços fraternos. Sei que sente falta de seu pai.
Subi as escadas ocas, e lhe esperei, deitado sobre um colchão que se esfacelava, nu. Enquanto seus passos se aproximavam, esperei atento para que pudesse rapidamente lhe apanhar. Quando me viste nu, começou a chorar, deu as costas, pronta a descer a escadaria apressada. Agarrei seus braços enquanto me estapeava, esbravejando-se, mordia e arranhava, a ponto de poder gritar.
“Não contarias a ninguém, contarias?”... sussurrava em seu ouvido enquanto aos poucos seus olhos se fechavam pelo sufocamento.
Primeiro te despi. E com muita cautela, cortei-lhe aos pedaços. Diminutos.
Cozinhei e comi. Como era doce e tenro seu pequeno rabo. Levou-me nove dias para comer todo o corpo. Não a forniquei. Tu morreste virgem.


O sangue que jorrava nunca me recordou a ejaculação. Matei porque não queria ninguém mais ao seu lado. Queria eu ter feito tudo isso com ele. Guardaria seus pedaços para lembrar-me de quantas vezes poderia ter sido o passado mais uma influência nas noites tórridas... sem você.
Fazes falta por aqui, pequena menina. Sabes o quanto fazes falta aqui comigo.
Nunca mais voltei a West
chester.
A solidão me foi o brinde.

Com amor, Benjamin Fish

terça-feira, 16 de março de 2010

Principles of Lust.

Voltaremos ao princípio.
Aos primórdios tempos em que o catolicismo dominava o ambiente mundial religioso, no qual, em tudo que se fazia, era com a intenção voltada a somente um Deus. A obedecer as regras que talvez, na grande parte da história, o próprio homem resolveu inventar.
A criação surgiu a partir do medo.
As regras se criam a partir de conclusões.

Qius est iste Rex glorie?

E quem é? Aquele somente um Deus? Os deuses que outros povos criaram?
E qual é o por quê da lógica de se acreditar nas regras que nem ao menos sabemos exatamente de onde vieram?

Realizaremos o desabrochar crescente dos fantasmas insólitos e torpes que ronda os nossos quartos e na tão merecida hora de “dormir”. A culpa é criada nesse ponto. Se há medos, há alguma culpa (isso é relativo?).
Cito novamente os princípios da luxúria – fatal assunto que rondará para todo e sempre meu imaginário.
A culpa não é minha. E muito menos de quem me cercou. Afinal, toda esta realização do prazer deu início a um duelo intrínseco que parece algo a “endless question”.
Há uma música perdida por aí, de grande respeito (a mim, claro), que nos diz assim: os princípios da luxúria estão queimando em sua mente. Você os quer? Faça-o até você encontrar o amor.

Eis o primeiro caminho em que chego. Até em que ponto um é separado do outro? Até em que ponto as duas são uma e uma são duas? O que converge e o que diverge?

Je ne dors plus...

Não mais como antes. Minhas noites de sono entram em valia e custam reacender o desinteresse pelo interesse em saber e encontrar a MINHA verdade. A sua verdade é o que lhe causa o encontro das suas próprias verdades. Afinal, a sua verdade é somente sua e somente você mesmo poderá mudar isto da noite para o dia.
Então, até em que ponto esses princípios “luxuriosos” me causam o prazer do mau?
Novamente comento sobre o Marquês Sade para fazer essa ligação intrínseca citada logo acima.
Eu queria era poder ter a grande prerrogativa de uma lavagem cerebral e recorrer aos primórdios sem influência. A síndrome de Mea Culpa ronda até os mais leigos, os menos comunicativos, os menos interessados, os nada-sabichões.

Isto tudo é parte do comportamentalismo ou serve mais a psicanálise?

Preciso ler mais, influenciar-me a tudo e esvaziar paradigmas insolentes (tanto do senso comum quanto da linha do raciocínio católico). “La vertu par le vice”.

Estou contando os dias para acabar com o vício do tabaco mais uma vez. E do café frio exacerbado.




(PS: Sade es-tu diabolique ou divin?)

terça-feira, 9 de março de 2010

Nightmares, flashlights and sudden explosions.

Eu não tenho uma vagina.

Por vezes me perguntei porque eu não tenho uma vagina.
O prazer que se busca a todo o momento varia de acordo com os dias. Variam emoções que você sente o que realmente você está precisando.

Robustez. O mau lhe proporciona vontades de acordo com as oportunidades aparentes. Não acredito que o sexo seja mau. Nem o prazer que se procura em cima disso.
Ficar inconfortável não excita em nada.

O sexo é uma variável.

Em Paradise Circus fica claro (como água cristalina) o que seja tudo isso que tento informar. Informar o que sou. Como lido com toda essa sacanagem.

Os pensamentos libidinosos são uma constante. Comigo são uma exceção. Um excesso.
Tudo parece ser demais.
Por tempos procurava modificar a minha libido em criatividade. E a criatividade se caracterizou em mim como algo libidinoso. É uma corrente que te faz rodar incansavelmente (insistentemente). Ter um pênis e pensar por ele é desafiar a própria índole. Porque percebi que quando algo me dói, me excita ainda mais. O queridinho Sade poderia explicar isso porque em certas maneiras, Freud para mim é burro. Jung na maioria das vezes dá conta.
E o que um abuso sexual infantil pode causar nas cabeças alheias?
Você pode se tornar menos sensível, mais persistente na dor... talvez o que lhe causa dor ou náusea lá no passado, vem para o futuro em forma de prazer.
A busca pelo sexo incessante traz conseqüências assustadoras para as pessoas que a sua volta freqüentam. Alguns homens freqüentaram meus quartos. Esquinas. Qualquer buraco pra satisfazer qualquer coisa. Poucos freqüentaram minhas idéias. Aquelas “piras, sacou?”.
O Diabo aparentemente faz parte disso. Biblicamente se explica. Converge-se.
É exatamente aí, que aquela culpa católica chata entre e faz estrago no psicológico humano. Mas acredito que culpa não existe. O mérito é de cada um.
Mas o que fazer quando não se sabe o que fazer com tanta libido? Com o excesso que vem dos tempos remotos em que você era apenas um garoto de 7 anos e tem que transformar os paradigmas que ainda engatinham?
Eu fiz sexo. Muito sexo
Aos 9 anos eu já sabia antes de todos.
O sexo fez parte da minha infância.
Cresci fazendo isso, descontroladamente. E nem tinha noção do que era “permitido”. Eu fazia. Ponto.
Eu era possuído (bem clichê mesmo. Isso nem cafona é, é quase desrespeitoso) por me motivar pelo sexo. O sexo era parte integrante e chave de tudo que girava ao meu redor. A maioria das coisas que consegui foi por causa dele. Gerado através dele.
Agora entro em choque. Ou eu acredito que fumo apenas pelo vício? (Essa fase Freud explica).
Encontrar simbologia a tudo é quase enfadonho. Sonhar com milhares de ratos talvez explica. Eu nunca tive tesão nos meus pais (não sofri do bendito complexo de Édipo, nem pela zoofilia, glória!). Mas pelo restante... (...) e me perguntava de tempos em tempos porque eu fazia tudo isso.
Aí entrou o amor no meio disso tudo. Complicou. Ficou intrincado. E o Diabo entrou em combustão espontânea. E sexo tornou-se um detalhe. Um tempero forte. O vício passou a prazer divino.

O prazer divino que, ao meu ver, se encontra tumultuado. Revolto.
E assim penso a falta que faz o “Diabo”...



É... eu não tenho uma vagina... (...) Que bom...





(PS: Massive Attack continua planejando as minhas ambições. Sigo por aqui me perguntando...).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

On and on.

Bem... ando pelas cidades ultimamente, de viagem...

Afinal este post pequeno é só pra falar que viajar e viver o tempo de "wanderlust" está me fazendo bem... está me fazendo pensar...

São Paulo é lindo... o Rio é lindo... mas já estou com saudades de casa... da minha outra casa que já virou mais casa do que minha própria casa.

Este post é só pra falar que estou colocando as coisas nos eixos!
Mais alguns dias... só mais alguns dias....


(PS: O Rio é lindo...)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cocoon.

O primeiro post do ano poderia ser diferente, já que é o primeiro?
Ainda tenho lá minhas dúvidas.
E por falar em dúvidas, essa palavrinha chata vem me perseguindo há dias.

Terminei o ultimo post tendo dúvidas e começo com um da mesma maneira.
As prerrogativas não servem pra muita coisa no momento. Ter feito isso ou aquilo também não.
Ir procurar emprego no “xopim” não é muito cativante. Buscar por novos horizontes é meio hilariante no momento.

Puxar o plug da tomada seria a melhor opção. Mode off and goodbye.
A Procrastinação que o Bob tanto gosta de falar nem funciona mais pra mim, pois vivo nessa constante.
A Fever Ray sempre desola, mas acho que Olof vem esse ano pra melhorar a alto estima do moço aqui.
Uma Ópera será necessária para que eu levante a “bunda” desse sofá e faça a tal revolução (pra não dizer do tal “boom”) que eu tanto mereço e falo. A minha vida sempre foi assim... quando começa a entrar em uma zona tranqüila, com tantas delongas (pra não dizer milongas), vem algo e muda todo o percurso.

O tal BOOM.

E aquela frase “tudo ao seu tempo” não funciona para quem sofre com a ansiedade. Fumar está me fazendo mal novamente. Não me cativa mais. Já parei.
Já tenho temporadas (no plural) para apresentar. Oficina para dar. Grana que vai sair. Mas ainda em Londrina... pareço meio parado... estou.

Ok. Vamos por partes. Juntar dinheiro. Próximos meses serão para isso.

Depois haverá dois caminhos:
- SP. (Bob está me esperando. Beth. Allan. Zé. Oz. Lídia. Lu. Lu. Lu. Guto...)
- Europa (Oi? Não vou citar nomes...)

Ou antes mesmo disso tudo acontecer, algo vai tomar rumo diferente?
Triangle walks... estou certo?

Deixemos passar. Vou me ligar na tomada e deixar no piloto automático. Até...




(PS: Até isso tudo mudar... claro).