terça-feira, 26 de julho de 2011

Cosmogonia

Em algum tipo de manifesto de pensamentos, criou-se o diálogo:





- Por que atrelar esta tua fase de gene dominante sem vínculos mútuos?

Porque me falta tato.


- Mas, se você não quer vínculos, falta tato para lidar com o que?

Com um universo em mim, (in)explorado.
É coisa demais para não se dividir. Para ficar só comigo.


- Desde que não haja um buraco negro sugando tudo... ou supernovas colidindo umas com as outras.

Colidir? Supernovas não se formam em uma colisão, mas explodem em um final de ciclo.
É por causa de muitas supernovas que existem tantos sóis novos por ai.
Sóis novos criam novos mundos.
E assim nos adaptamos, como vírus.
Deslizamos placas tectônicas sobre o peito. Colidimos continentes.
Mostramos todo o universo lá de fora, daqui de dentro, através dos olhos. Nossos olhos são um pedaço de toda esta criação.




Somos sóis, supernovas, buracos negros. Somos reformulações paralelas dentro de outros universos.
Tenho certeza de que cada um é um mundo grande demais para não ser explorado. Grande demais para ficar só.





(Temo)s um universo inteiro - sempre - para dividir com alguém.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

The Beast

Reis de ouros e rainhas se levantaram. Aclamaram. Aplaudiram.
Sorrisos eloquentes, zunidos e danças elegantes acompanhavam os passos de uma fera. Uma grande festa tomou conta do palacete. Quis dançar em meio a todos.



Anos atrás conheci uma fera. Maldições os rodeava feito satélites de plutão. Frio, comum as solitutes soturnas que o rondava.
Anos atrás descobri que a mesma fera sorria. E o mesmo sorriso abriu-se em um beijo.

Juntos, vimos tantas estrelas dançarem... e no tom daquele oceano, mergulhávamos.

E descobri que, dentro de cada estrela, de tudo lá em cima que brilhava, eram simples partes de nós mesmos. Nós éramos simples partes de lá.
Para a fera, mostrei que, dentro daqueles olhos claros, reluzia um pedaço de todo o universo.
E.
Nem tanto tempo assim se passou... e aquele pedaço de universo se esvaiu.
Não havia mais os holofotes vindos do céu.
E tudo se culminou numa metáfora demasiadamente sem sentido.


 A festa continuou no palacete. Uma nova fera apareceu. Mas os novos olhos claros já tinham dono.  
Aquele universo reluzia os olhos escuros de outro universo.      



Deixei o lugar antes das palmas terminarem...
E desde quando acredito em contos de fadas?




(PS: may i, can i or have i too often craving miracles?)

sábado, 7 de maio de 2011

Not About Love.

E sobre aquele amor, afirmei:



Então que seja assim.

Alimentando minha intuição de que algo volta às origens, tenho uma certeza:
sou (fui) uma alavanca.

É o que eu tinha sido, até então.
E são nessas horas, notívago, que ando pelos cômodos do apartamento (agora só meu), fingindo que nunca soube de suas manias, dos telefonemas anônimos, ainda assim, para ouvir minha voz. E que se dane que isso

somente seja sonho; 


Pois então... desde então, não faço mais perguntas. Já o sedimentei.
Enquanto eu, às pressas, volto a fazer o que me é inerente às escondidas. Eu voltei a fazer tudo outra vez, fora daquele padrão (anti) convencional.


Então, pelo tempo presente, estou paciente entre a acidez-inteligente e saudade (que já nem sei se é).
Ainda retraio a vontade de esperar pela presença dele, lá detrás do palco, por trás das coxias ou qualquer bastidores, em meio ao tumulto de uma platéia animada.

Mas. Ainda sim, penso, que se ficar muito tarde para mim a espera... dele descobrir que me ama e me querer dizer isso... tudo bem...



nem precisa dizer. Agora posso sentir o gosto de sua programação.






(PS: essa não era a idéia sobre amor que queria escrever... isso nem é sobre amor...)

sábado, 30 de abril de 2011

Viagem e vaga-música.

Começo o ano (com um atraso de quase 4 meses) com o trecho de um post:

(abre aspas) Aí entrou o amor no meio disso tudo. Complicou. Ficou intrincado. E o Diabo entrou em combustão espontânea. E sexo tornou-se um detalhe. Um tempero forte. O vício passou a prazer divino.


O prazer divino que, ao meu ver, se encontra tumultuado. Revolto.

E assim penso a falta que faz o “Diabo”... (fecha aspas)

Pois qual é o motivo de se escrever (voltar em determinado ponto do passado) essa parte de um post de tempos atrás?
Resolvi voltar ao mundo virtual me conectando ao ponto crucial que me fez parar no tempo.
Vamos falar sobre a falta que o "Diabo" me fazia (Diabo entre aspas, já que está em outro sentido aqui).

Este é um post de um término de uma quase utopia. Sem mais delongas... da saída de uma história de amor e entrada de um mundo quase desabitado: estar "jogado" ao vento pelo mundo, entre corpos suspensos... pessoas desconhecidas, bocas não visitadas. Este é um post sobre a prévia sensação de alívio por estar, por si só, solto ao mundo para o conhecimento de novas pessoas.
Identidades; onde o sexo não tem mais o sentido anterior (falando da relação amor).

Acredito que isto, sobre o que estou escrevendo, não é para explicitar solução de nada e nem de descobrimento. É somente a certeza de que agora, andando pelos dias, se descobre que este tipo de jogo (conhecer pessoas) se torna mais casual... mais perigoso, mas não menos monótono.
O dia-a-dia é como apertar a mesma tecla de um piano, com algumas variações, vez ou outra.

Aqui não jaz um pedido de "au revoir" ao amor, fechando o coração em um ambiente gelado. Não. Meu coração não se congela. Acredito que não, pelo menos.
Aqui jaz um grito de que, sim, acredito em muita coisa, como em histórias de contos de fadas (vulgo histórias para boi dormir).
Mesmo ainda este post continuando profusamente sem sentido, parto daqui, ao voltar pelo design preto, que acredito em tudo ainda (tudo relacionado ao amor... cafona...).

Sou como você. Como todo mundo. Aquele que acredita que tudo acontecerá na dose certa. Só que com um pouco mais de certeza sobre o plano (o amor) que "Deus" deixou escapar para as mãos do "Diabo".

LOGO:
O meu prazer, nos dias de hoje, não se encontra mais tumultuado.
Mas o amor sim.

E que venham outras histórias, sejam elas com a mesma pessoa...

OU NÃO. (?)

Bom dia.




(PS: No próximo post explico melhor este plano que "Deus" deixou...)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Re-paginando...

Virando a página.

Re-inventando coisas... e "re-fazendo" a cara deste blog.
Só mais uns dias.

E nem dá tempo mais de falar "Feliz 2011" porque o ano já começou corrido.

Cheers!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

The wizard

E cá estou eu.

Prometi a mim mesmo voltar a escrever por essas bandas quando, finalmente, não me questionasse superficialmente sobre as questões que se “apoderam” na grande cidade de São Paulo.
Escreveria sobre questões intuitivas.
E foi justamente, devido ao afastamento, que nada mais foi escrito ou balbuciado. A intuição não esteve comigo por muito tempo, por assim dizer, por confundi-la aos anseios do medo e da falta de coesão da razão envolta.

Prometo ser breve e conciso.

Diariamente acordava, sobre a claridade da janela da sala (sim, meu quarto temporário ainda é a sala do apartamento) e mentalizava a seguinte frase:
“Hoje será um grande dia e diferente de todos os outros”
E assim, dia após dia, nada ia acontecendo. Pela primeira vez, na minha recente e breve vida, nada aconteceu. E deu tudo errado exatamente do jeito que teria que dar.
“Eu fui um erro. E assim continuo como estou”
E para me privar do distanciamento externo, procurei andar. Caminhar sem rumo.
Não, isto não é uma metáfora. Ou sentindo figurado.

Já que nada acontecia na “vidinha” paulistana, me dei ao “luxo” de entrar em qualquer transporte público e, diariamente, escolhia um ponto “X” da cidade para visitar.
Se nada acontecia e a fada azul não aparecia, fiz, então, acontecer.

Depois de três longos meses de espera por algo acontecer, saí do prólogo.
Entrei no meu novo primeiro capítulo.
Faltam umas três casas noturnas pra dançar. Uns três centros históricos/culturais para visitar. Umas três novas pessoas desconhecidas para conhecer. Umas três viagens de carona para fazer. Umas três regiões para desembocar. Umas três semanas para encontrar meu novo canto e, por fim, mais uns três dias de insônia. E pronto.

Eu não ando mais perdido, nem definhando com o “túnel escuro” que me encontrava.
The wizard comes... right now.

Apesar da impressão fria que São Paulo passa dia-a-dia, ainda sei que é aqui que tudo acontece. Acontece para o percurso mudar.
Algumas coisas não voltarão mais. Londrina se foi. Os amigos já estão longe. Os almoços nas tardes frescas, com beibe, se esvaíram... e a realidade agora é meio feita de pedra e cimento.
Deixei o mundo das fadas um pouco de lado. Quiçá a magia das palavras estão guardadas para outras oportunidades. Outros mundos. Quando, estes, chegarem.

Chega de prólogo.

Agora, chegou o primeiro capítulo.

(PS: The wizard comes...)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Goodnight... another bad morning.

Há dias estou para escrever neste canto.
Formulava noites e noites em meia luz (não me contive, tive que trazer o abajur) como expor em palavras exatamente cada milímetro cúbico de todas as sensações sentidas nestes exatos 7 dias.

7 dias.

(E parece que eu cheguei ontem mesmo na grande selva de pedra ...)
Pensei relativamente nas palavras mais bucólicas, melâncólicas, melodramáticas, trágicas e de difícil acesso expontâneo da mente humana para expor os devidos e reais fatos que andam ocorrendo aqui entre a praça Roosevelt, praça da República e o Copam.
Mas, assim que abri a janela hoje, me deparei com um sol aconchegante... e com mensagens eternas via celular/e-mail/sinais de fumaça dos meus amigos/irmãos. Hoje é definitivamente o primeiro dia em que me sinto mais querido (como se não fosse...!) e que eu posso sentir um sorriso no rosto. Sem milongas... sem novela mexicana.

Ganhei uma nova amiga. Melhor... talvez eu tenha me tornado seu fiel escudeiro. Mas fiel escudeiro das noites lubridiadas. Fiel escudeiro das inconsequências. Para não dizer: para não se fazer pequenas "burrices".
Durante muitas noites a Nathalia tem sido minha única companhia. De toda São Paulo.
(Arredondando) 12 milhões de habitantes. E ela parece ser 20 milhões em 1.
Ontem (11 de agosto) foi o primeiro dia por essas bandas de cá que passei o dia todo sem sorrir, sem falar, trancafiado dentro do quarto (dela), mandando cv's eternos e assistindo qualquer baboseira na TV para ver se os ponteiros andavam. E nada.
Sei que o fator tempo-não-passa se deu justamente por isso. A falta de um sorriso no rosto.
Uma pessoa expôntanea como sou, que "exala" a alegria radiante, ontem estava fria, espessa, mal humarada e sem gana. E assim permaneci no quarto, sem comer, sem contatos de terceiro grau, primeiro ou sei lá o que (sem primeiridades, segundidades ou terceiridades). Eu parecia um frio e gélido satélite distante, no sistema solar...
...tipo a lua Caronte, de Plutão.
A última vez que me senti assim foi há mais de 4 anos atrás... recém chegado na nova cidade.

(e meu celular não pára de tocar... quantas pausas!).

Estou esperando agora o mensageiro sobre um cavalo... trazendo as notícias do Sol.
Como no sonho... ainda estou "enfiado" dentro da casa esperando a chuva passar. Mas sei que aqui dentro tenho proteção. Entendido agora o sonho do mês atrás com um tsunami vindo e eu pegando um elevador para escapar... escapei...

Já conheci pessoas... gente de Portugal inclusive... assim... como eu... procurando moradia.
12:12
Pablo Neruda vem me visitar (como sempre... leio escondido) toda noite. E por vezes sou interrompido com os gritos das Travestis (elas são ótimas... as observo toda noite... adoro comportamentalismo).

Policiais, pássaros, carros, latarias, carteiro, ônibus, metrôs, prédios, pressas, pessoas angustiadas, risadas, travestis, cláudia (a diarista... indico), roommates (que não falam comigo), vícios, janelas, massas, piscadelas, olhares, alarmes, atropelamentos, confusão, nathália... tudo em sua devida "harmonia".
É... sempre foi aqui que quis viver... e cá estou. E tudo finalmente começa a ganhar forma... 7 dias e começa a fazer sentido.

Mas ainda estou na situação lâmpada sentada no canyon olhando para uma estrela.
Eu sem você.
Há coisas que não dá para negar ou simplesmente esconder de si mesmo. Elas estão ali porque fizeram (e ainda fazem) parte da sua vida. Saudade é uma delas. (Tanta coisa pra dizer...)
Agora que resolvi colocar o telefone no gancho (já que estava na onomatopéia do "tuu tuu tuu tuu"), ele começou a tocar...
Aniversário chegando...

É... nada como o tempo. Modificando sua tragetória desde 4 bilhões de anos A.C.
Como a Nath mesmo já dizia: Go figure...

E o universo conspira...
A meu favor.




(PS: I've seen the truth and it's nothing like you said at all... I've seen the picture of a perfect world, now you can touch the air around my cover. So many questions, so many things unsaid...)