E cá estou eu.
Prometi a mim mesmo voltar a escrever por essas bandas quando, finalmente, não me questionasse superficialmente sobre as questões que se “apoderam” na grande cidade de São Paulo.
Escreveria sobre questões intuitivas.
E foi justamente, devido ao afastamento, que nada mais foi escrito ou balbuciado. A intuição não esteve comigo por muito tempo, por assim dizer, por confundi-la aos anseios do medo e da falta de coesão da razão envolta.
Prometo ser breve e conciso.
Diariamente acordava, sobre a claridade da janela da sala (sim, meu quarto temporário ainda é a sala do apartamento) e mentalizava a seguinte frase:
“Hoje será um grande dia e diferente de todos os outros”
E assim, dia após dia, nada ia acontecendo. Pela primeira vez, na minha recente e breve vida, nada aconteceu. E deu tudo errado exatamente do jeito que teria que dar.
“Eu fui um erro. E assim continuo como estou”
E para me privar do distanciamento externo, procurei andar. Caminhar sem rumo.
Não, isto não é uma metáfora. Ou sentindo figurado.
Já que nada acontecia na “vidinha” paulistana, me dei ao “luxo” de entrar em qualquer transporte público e, diariamente, escolhia um ponto “X” da cidade para visitar.
Se nada acontecia e a fada azul não aparecia, fiz, então, acontecer.
Depois de três longos meses de espera por algo acontecer, saí do prólogo.
Entrei no meu novo primeiro capítulo.
Faltam umas três casas noturnas pra dançar. Uns três centros históricos/culturais para visitar. Umas três novas pessoas desconhecidas para conhecer. Umas três viagens de carona para fazer. Umas três regiões para desembocar. Umas três semanas para encontrar meu novo canto e, por fim, mais uns três dias de insônia. E pronto.
Eu não ando mais perdido, nem definhando com o “túnel escuro” que me encontrava.
The wizard comes... right now.
Apesar da impressão fria que São Paulo passa dia-a-dia, ainda sei que é aqui que tudo acontece. Acontece para o percurso mudar.
Algumas coisas não voltarão mais. Londrina se foi. Os amigos já estão longe. Os almoços nas tardes frescas, com beibe, se esvaíram... e a realidade agora é meio feita de pedra e cimento.
Deixei o mundo das fadas um pouco de lado. Quiçá a magia das palavras estão guardadas para outras oportunidades. Outros mundos. Quando, estes, chegarem.
Chega de prólogo.
Agora, chegou o primeiro capítulo.
(PS: The wizard comes...)